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"É preciso identificar um nicho de mercado para ter sucesso no exterior", diz Welber Barral3min tempo de leitura

Advogado, consultor e ex-secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio fala sobre expansão internacional em entrevista ao GBrasil

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Em momentos de recessão, buscar mercados no exterior pode ser um diferencial para quem tem um negócio bem estruturado no território nacional. Hoje, no entanto, essa estratégia está concentrada nas operações de grandes companhias que abastecem outros países, principalmente com commodities brasileiras. As micros e pequenas empresas, que equivalem a mais de 27% do Produto Interno Bruto (PIB) e movimentam mais de R$ 600 bilhões ao ano, representam pouco mais de 1% do mercado nacional voltado para o estrangeiro.

Sobre o assunto, confira abaixo uma entrevista com Welber Barral, advogado, consultor e ex-secretário de Comércio Exterior do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio. Ele também aprofunda o tema na revista Gestão Empresarial nº 40.

Existem linhas de crédito para micros e pequenas empresas começarem a exportar. O acesso ao crédito é democratizado entre essas empresas?

Há linhas de crédito específicas para exportação, como as bancárias (ACC e ACE) e as do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o Programa de Financiamento às Exportações (Proex). Em geral, essas linhas têm taxas de juros favoráveis e mais atrativas que as do mercado interno. Entretanto, as micros e pequenas empresas sofrem dificuldades adicionais para acessá-las, como exigências de garantias e burocracia incompatíveis com a estrutura delas.

Quais os setores produtivos que mais exportam entre micros e pequenas empresas? Para onde elas poderiam ampliar suas possibilidades?

Os casos de sucesso se referem a micros e pequenas empresas que identificaram um nicho de mercado e criaram um canal de vendas com grande valor agregado. É o caso de alguns estilistas brasileiros e de pequenas empresas de cosméticos ou de artesanato. Em algumas situações, essas empresas exportam por meio de uma trading, como a Arcomex, de Minas Gerais, que criou uma linha gourmet brasileira e vende em lojas especializadas na Europa.

Quais são os benefícios do Simples Internacional, ferramenta que busca reduzir a burocracia para a exportação de micros e pequenas?

O Simples Internacional reduz a burocracia na exportação sobretudo para empresas já cadastradas. Elas podem utilizar o sistema de moeda local, um método de pagamentos que permite aos remetentes e destinatários fazerem e receberem pagamentos de transações comerciais nas respectivas moedas deles. Além disso, permite que o operador logístico seja o responsável por realizar a tramitação burocrática, licenciamento, despacho aduaneiro, consolidação de carga, seguro, câmbio, transporte e armazenagem. O sistema foi iniciado com a Argentina e, se funcionar, deve facilitar as exportações de micros e pequenas para todo o mundo.

Quais os impactos da liberação dos Correios para atuar como operador logístico?

O Exporta Fácil é muito importante para a saída de pequenos volumes. E teve um papel relevante na logística das Olimpíadas e da Copa do Mundo no Brasil. Essas experiências certamente permitirão maior eficiência, pela capilaridade dos Correios e pelos acordos com operadores em outros países.

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