As dívidas de sua empresa têm lastro ou seu passivo está a descoberto?
A expressão, no jargão contábil, significa que os Ativos (bens e direitos) da entidade estão menores do que os Passivos (obrigações).
Para se constituir uma empresa destina-se um determinado valor para formação do seu Capital Social. Esse valor inicial corresponde aos Recursos Próprios, ou seja, o valor investido pelos sócios no empreendimento. Esse valor fica registrado no grupo denominado Patrimônio Líquido, numa rubrica chamada de Capital Social.
Caso os gestores da empresa apliquem os Recursos Próprios na aquisição de ativos e/ou apurem prejuízos (receitas – custos e despesas) que superem o valor do Patrimônio Líquido, teremos aí a figura do Passivo a Descoberto. Em outras palavras, poder-se-ia dizer que as obrigações assumidas pela empresa naquele momento não estão lastreadas por ativos.
Na prática, as empresas nessa situação recorrem aos bancos para captação de recursos de terceiros através de empréstimos ou financiamentos, dando como garantias bens imóveis ou avais dos sócios.
A situação patrimonial de Passivo a Descoberto ocorre com mais frequência nas empresas em implantação ou quando vêm apurando prejuízos recorrentes.
Obviamente, se não forem tomadas medidas financeiras saneadoras, como é o caso de aporte de recursos próprios, desmobilização de ativos, recuperação judicial e outros, a tendência é que a empresa ingresse em fase falimentar, correndo sérios riscos de acarretar perdas aos seus sócios e a terceiros (empregados, fornecedores, financiadores e etc.) que tenham direitos a receber.