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16/05/2019

Sala de aula digital

Melhores ferramentas de interação entre o aluno e o professor, qualidade do conteúdo e flexibilidade de horários são alguns dos motivos que fazem aumentar a procura por cursos a distância no Brasil

Em um mundo em que a tecnologia vence distâncias e ajuda o Poder Público e a iniciativa privada a superar desafios na mobilidade urbana, na medicina e na segurança pública, os limites geográficos e a necessidade da presença física também não são mais empecilhos para reunir alunos e professores do Oiapoque ao Chuí. Prova disso é o crescimento da procura pelos cursos de educação a distância (EAD). Para se ter uma ideia desse avanço, um em cada cinco estudantes matriculados nos cursos de graduação estuda a distância, segundo dados do Censo da Educação Superior de 2017, divulgado em setembro de 2018 pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). O levantamento mostra que quase 1,8 milhão de estudantes estão apostando nessa modalidade na inclusão do ensino superior no currículo.

A EAD registrou o maior salto de 2007 a 2017. Ao longo desse período, o aumento foi de 226% nos cursos a distância, enquanto os presenciais cresceram 19%, segundo o Inep. E os números devem crescer ainda mais. Um estudo da Sagah, empresa desenvolvedora de conteúdo e tecnologia para EAD, indica que o ensino superior a distância deverá corresponder a 51% do mercado em 2023. O levantamento aponta também que das 15 milhões de pessoas que estão fora da universidade no Brasil, 67% só têm condições financeiras de pagar pela educação superior nos preços de EAD – que geralmente são mais baratos. Pelo censo da Associação Brasileira de Educação a Distância (Abed) de 2017, os valores dos cursos a distância são, em média, 50% menores do que os cobrados pelos presenciais.

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Marcelo Veras, presidente do
Instituto Brasileiro de Formação de Educadores (IBFE)

Para o presidente do Instituto Brasileiro de Formação de Educadores (IBFE) – Escola de Educação da Unità Faculdade –, Marcelo Veras, a evolução da conectividade, a elevação da qualidade dos cursos disponibilizados em escala e o valor das mensalidades, que foi se tornando mais atrativo, são fatores que ajudaram a delinear esse quadro positivo. “A educação a distância teve início no passado, com os telecursos, e se modernizou com a tecnologia”, afirma.

Cuidado com a qualidade

Nas entrelinhas desse crescimento, a qualidade é elemento-chave. “As instituições quebraram paradigmas de que a EAD é inferior à modalidade presencial. Na outra ponta, o mercado de trabalho se adaptou e incorpora os formandos de maneira natural”, analisa o reitor da Uniasselvi, localizada em Indaial (SC), Hermínio Kloch. A instituição, cliente da J Mainhardt & Associados, associada GBrasil em Santa Catarina, encerrou 2017 com 142.219 alunos matriculados na graduação a distância, número em torno de 45% superior ao do ano anterior. Pedagogia, Administração e Serviço Social foram os cursos com mais crescimento na procura.

Para ele, a regulação e o controle da oferta dos cursos superiores a distância por parte do Ministério da Educação sustentam um crescimento que prioriza a qualidade. “O cenário que temos hoje vem ao encontro da mudança do comportamento social, da disponibilidade e da mobilidade, além de permitir avanço em interatividade em tempo real para que o aluno possa adquirir conhecimento com mais solidez”, diz.

A confiança nos cursos EAD tem feito com que diferentes faixas etárias se matriculem para estudar com flexibilidade e conquistar um diploma superior. O censo da Abed de 2017 mostra que os alunos com idades entre 26 e 30 anos são a maioria em 47% das instituições que oferecem a modalidade. Já os estudantes com idades entre 31 e 40 anos são a maior parte em 30% delas. Especialistas apostam que o próximo passo será atrair a atenção dos mais jovens (com menos de 20 anos), que, nesse último levantamento da entidade, representavam apenas 3,9% dos matriculados.

Novidade na docência

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Hermínio Kloch, Reitor da Uniasselvi

Se a forma de aprender mudou para os estudantes, o trabalho dos professores universitários também passou por uma transformação. “Nosso maior desafio é antecipar os conteúdos e gravar as aulas com padrão de qualidade cada vez melhor. Já por parte dos alunos [o desafio] é administrar o tempo”, avalia o doutorando em Ciências da Educação e coordenador na Alpha Faculdade, em Recife (PE), Maicon Herverton Lino Ferreira da Silva. “É preciso muito cuidado para que, além das aulas, o curso não fique focado apenas em leitura de textos. Os debates e as conferências são muito valiosos”, completa. Para Hermínio Kloch, da Uniasselvi, “o EAD fez com que o papel do professor se tornasse mais importante no processo de aprendizagem”.

Sintonia com o mercado

O crescimento da modalidade estimula também os profissionais que já estão no mercado de trabalho e pretendem encaixar na rotina a chance de ter um diploma universitário em busca de novas oportunidades. Para a gerente de recursos humanos do Grupo Alfama, de Aracaju (SE) – desenvolvedora de soluções digitais para marketing, vendas e ensino –, Kelli Soares, o EAD tem papel fundamental na capacitação dos profissionais que estão em ascensão no trabalho. “Os candidatos são totalmente nivelados em uma disputa de vaga”, opina, referindo-se a não existir distinção em um processo seletivo entre estudantes de curso presencial e quem opta pelo formato a distância.

Ela ainda alerta que “essa alternativa de estudo exige disciplina, empenho e concentração”, ao responder sobre a máxima de que a flexibilidade de horários e os ambientes virtuais de educação são sinônimos de menor dedicação. Para compensar a distância, há uma diversidade de ferramentas de interação do aluno com o conteúdo apresentado. Ele tem à disposição conversa instantânea com tutores e colegas de classe, videoconferência, fórum e seção para tirar dúvidas.

O Ministério da Educação estipula que os cursos a distância tenham a mesma duração e cumpram as mesmas exigências dos presenciais. Uma das mudanças recentes, que deve favorecer ainda mais a expansão do modelo, veio com um decreto de 2017 em que o órgão permite que as instituições de ensino ofereçam EAD mesmo que não tenham o curso presencial, o que era obrigatório no passado. No entanto, as avaliações, os estágios e laboratórios precisam ser feitos in loco.

Para a coordenadora do estudo Censo EAD.BR, da Abed, Betina von Staa, a conveniência de aprender a distância é inquestionável. “Além disso, com a necessidade de as pessoas continuarem estudando e se aprimorando ao longo da vida, ainda há um campo enorme de formação continuada a ser descoberto”, conclui.

Contadores apostam no modelo

Estudar fora da sala de aula não se limita à graduação e pós-graduação. Há uma diversidade de cursos livres à disposição de quem procura se atualizar ou entender melhor assuntos que tragam ganhos para o currículo. Na área de ciências contábeis, por exemplo, a Federação Nacional das Empresas de Serviços Contábeis e das Empresas de Assessoramento, Perícias, Informações e Pesquisas (Fenacon) oferece cursos na modalidade EAD por meio da sua Universidade Corporativa. De 2016 para 2018, o aumento na procura foi de 36%.

De acordo com o presidente do Instituto Fenacon, Márcio Shimomoto, esse crescimento se dá especialmente em razão da necessidade de capacitação pelas novas obrigatoriedades que surgem na carreira contábil, como é o caso do eSocial. “Os cursos mais procurados são os que tratam de atualizações de legislação e obrigatoriedades fiscais e tributárias”, destaca. Profissionais contábeis, estudantes, gestores dos setores administrativo e financeiro de empresas e empresários que prestam serviços de auditoria, assessoramento e perícia são a maioria dos alunos da federação.

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